quinta-feira, 11 de junho de 2009

A caçada

Não tinha nada para fazer; saiu para dar uma volta pelo quintal e avistou uma rolinha que sorriu ironicamente para ele. Pensou: vou pegar essa rolinha e assá-la. A rolinha continuava a sorrir para ele – ou dele. Pegou um taco de beisebol e foi matá-la.
Ela voou para mais longe. O jovem foi atrás. Quando estava chegando onde ela pousara novamente, voava para mais longe. E assim foi cada vez mais distante. Passou por uma plantação de feijão, por lagos, brejos e chegou a uma plantação de milho. A rolinha se escondia por trás dos pés de milho. Parecia estar brincando de esconde-esconde com ele, mas o rapaz cada vez ficava mais furioso e capturá-la se tornara questão de honra. A rolinha não aguentava mais voar; estava cansada e já queria parar de brincar, mas ele percebia seu cansaço e via que estava perto de pegá-la.
Então, ela parou atrás de um pé de milho exausta e o olhou com cara de quem pedia para parar a brincadeira. Mas percebeu pelo olhar dele que não era mais brincadeira. Aí o mirou com um olhar suplicante, pedindo desculpa pelo mal entendido.
Mas ele aproximou-se impiedosamente dela com o taco de beisebol armado para deferir o golpe. Ela colocou a cabeçinha debaixo das asas e viu suas pernas dobrarem. Encostou seu corpinho ao chão e sentiu o peso do mundo...

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