terça-feira, 26 de maio de 2009

Branquíssimos

O casal com suas duas filhinhas apareceram para o City Tour na hora exata. Acho que eram da Áustria, não sei por que, mas tinham jeito de ser da Áustria, nunca conheci um austríaco, porém acho que eram de lá, pois eram brancos. Muito brancos. As menininhas principalmente, que deveriam ter uns 9 e 10 anos. Eram tão brancas que eram quase transparentes. Poderiam ser alemães, mas eram muito simpáticos. Alemães não são tão simpáticos assim. Embora tenha conhecido um alemão simpaticíssimo. Alias, o único alemão que conheci até hoje. Ou seja, 100% dos que conheço pessoalmente são legais. Mas foi sorte a minha tê-lo conhecido. Esses deveriam ser austríacos! Não perguntei. Sim, eram austríacos, só podem ser da Áustria aquelas pessoas!
Saímos para o passeio em um utilitário. Passamos por um museu, acho que era museu. Eles me apontavam um monte de coisas, mas eu não prestava atenção em nada. Estava estupefato com eles. Eram muito brancos. E... falavam português. As meninas não tão bem. Como alguém tão branco podia falar português? Eram alegres, sorridentes... Não tinham cara nem jeito de turistas, além do fato de serem brancos. Acabou o passeio. Depois nos separamos e eles me indicaram uma “festa” que ocorreria à noite ali perto.
Acho que tirei uma soneca à tarde.
Fui com mais dois colegas que não me lembro direito quem eram. Na entrada tudo parecia normal. Mas quando entramos nos disseram que não poderíamos sair mais, deveríamos esperar algumas horas, senão não entraríamos mais, teríamos de pagar entrada de novo. Tudo bem, passadas as 3 horas exigidas quisemos sair. Mas não nos foi permitido. Ficamos bravos, gritamos. Aí vieram uns caras com “uniforme” e nos pegaram e levaram para os “fundos”. Parecia uma outra dimensão aquele lugar. Um monte de gente muito estranha - e todos brancos, muito brancos. E com umas roupas diferentes, meio camufladas. Muitos empregados com outros uniformes. E outras pessoas, bastante também, com roupas comuns. Não estava entendendo nada. Eram-nos servidas umas bebidas esquisitas. Ficamos um bom tempo ali, não sei quanto tempo. Talvez horas – quem sabe dias.
Aí alguma coisa aconteceu. Foi uma confusão, uma correria, gritaria, desespero. Corremos para uma porta que levava a uma espécie de camarim. Havia roupas lá, dos mais diferentes estilos e modos. Todos pegavam algumas para vestir e ficar camuflados para fugir. Peguei um chapeuzinho, uma camisa e uma calça. Eu e meus dois colegas saímos no meio daquela confusão tranquilamente. Não pela porta que entramos, mas por uma outra lateral. Acessamos um quintal enorme com muitas bananeiras. E muita água corrente, correndo devagar, sem barulho. Tudo era um silêncio amedontrador. Caminhamos bastante e saímos numa rua. Estava escuro, deveria ser madrugada, mas logo amanheceu e percebemos que estávamos em São Paulo, não sei que rua. Fui dormir.

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