domingo, 23 de agosto de 2009

Os insetos

Escureceu e os insetos atacaram. Nosso pai logo correu a encher uma lata com estrume de vaca seco lá no pasto. Atiçou fogo à matéria que aquilo enfumaçou toda a casa, e antes dos insetos, saímos nós.
Fomos lá para fora. Forramos um plástico na grama e todos sentamos em torno de nosso pai para ouvir suas histórias. Ali, mundo a céu aberto, foi nosso clã; as árvores foram as paredes; o céu, o telhado; a lua, o lampião; entre uma risada e um tapa nos pernilongos (nunca conseguimos acertá-los, o tapa é puro reflexo) ouvimos nosso pai contar histórias de leão, onça, macaco, coelho, rato, barata, formiga...
Daí a pouco, a voz quase estridente. É minha mãe! Outro mundo! Parede de barro pisado, telhado de telhas velhas esburacadas e madeiras já escuras da fumaça do fogão de lenha. Lamparina de querosene... hora de ir à escola! Que pena!

Nenhum comentário:

Postar um comentário